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[Análise] Yakuza 0(PS4): O florescer do Dragão de Dojima

A franquia Yakuza já está no mercado a pouco mais de dez anos, com seis capítulos lançados até agora. E sempre com os lançamentos japonês muito antes do ocidental, e agora não foi diferente, tendo um espaçamento de quase dois anos entre a data original. Ignorando isso, os fãs sempre tiveram algumas dúvidas com o passado de alguns personagens, e Yakuza 0 nasceu para sanar todas essas indagações.
No jogo nós controlamos Kazuma Kiryu, que fica boa parte da história em Karamucho, uma região fictícia de Tóquio, e Goro Majima, que passa boa parte do tempo em Dotonbori, região fictícia de Osaka. Kiryu se vê envolvido em um caso de assassinato por arma de fogo em um local chamado de “Empty Lot”(lote vazio, tradução literal). O morto é um homem que ele havia atacado a mando de um dono de uma imobiliária, ele parte então em busca de uma maneira de provar a sua inocência.

Já Majima foi banido do Clã Tojo e ficou a cargo do Grand Cabaret, um clube noturno de grande prestígio na sua região. Sua motivação é voltar para o Clã, mas os seus superiores o mantém ali por conta dos altos lucros que ele trás. Isso continua até que ele recebe uma proposta de matar um alvo e enfim voltar ao clã. Porém, ele se recusa a matar o seu algo e passar a fazer a sua proteção.

O jogo se passa anos antes do primeiro Yakuza lançado originalmente para o PlayStation 2. E a narrativa é o seu principal elemento. O começo do jogo é um pouco confuso e lento, isso acontece para situar o jogador nos acontecimentos do jogo e apresentar os personagens principais. Mas após deixar claro o que está acontecendo e qual a ligação dos dois Yakuzas o jogo deslancha e a vontade de parar de jogar é zero.

O roteiro é o destaque do jogo, e são diversos “plot twists” que me deixaram apreensivo em saber o que ia acontecer em seguida. Eu ficava genuinamente triste em ter que desligar o console para dormir.  O jogo é composto por 17 capítulos, sendo oito exclusivos para Kiryu e oito para Majima, ambos dividem o capítulo final

Cada personagem possui três estilos de combate específicos para cada um. Kiryu têm o estilo Brawler, a briga de rua clássica, o Beast, onde ele ignora os danos que toma e pega automaticamente qualquer item disponível em volta, e o Rush, um estilo de luta focado na velocidade. Majima possui estilos diferentes, o primeiro é o Thug, um estilo balanceado similar ao Brawler, o Slugger, um estilo baseado no uso de armas, como tacos de baseball, e o Breaker, um estilo de luta baseado na dança Break e é muito rápido.

Eu testei os três estilo com ambos os personagens, mas o que eu mais me adaptei foi ao Brawler com o Kiryu, já que ele bate e se esquiva com uma boa velocidade, e com o Majima foi o Slugger, já que ele bate muito e em diversos inimigos ao mesmo tempo, o que facilita demais no decorrer da história.

Mas nem tudo é briga. No jogo podemos perambular pela cidade com nosso personagens e visitar um grande número de estabelecimentos, que vão desde restaurantes típicos japoneses, aos famosos arcades. Se por algum motivo você se cansar de seguir a história e resolver ir ao karaokê cantar umas músicas para passar o tempo você pode. Ou caso deseje rebater umas bolas de baseball também é possível. São diversas atividade para se fazer, outras atividades são, por exemplo, jogar bilhar, comprar e vender itens na casa de penhores, dentre muitas outras.

A ambientação do jogo está incrível e extremamente fiel com a realidade. Os prédios e as placas da lojas estão brilhantes e chamativos, lembrando bastante os filmes daquela época. Além disso outro destaque fica por conta do design dos personagens que está de alto nível. Detalhes como a barba, tatuagens e marcas de expressão estão excelentes.

Uma coisa que eu estranhei no começo mas me acostumei depois foram algumas cenas semi-estáticas para contar uma passagem da história. Os personagens fazem as suas expressões faciais normalmente, mas não mexem a boca durante o diálogo. Além disso eles se mexem muito pouco. Esse efeito é usado para contar certos trechos da história e eu sinceramente nãos sei o porque isso foi incluído.

A parte ruim do jogo é o fato de ele ser muito repetitivo, basicamente o que temos que fazer é acompanhar a história e detonar vários inimigos. E são muitas, mas muitas lutas mesmo. Além das batalhas ao acompanhar o roteiro, enquanto andamos pela cidade, alguns NPCs nos atacam e iniciam uma luta, mesmo que você não tenha feito nada, eles vão te atacar e tentar te derrubar, isso é divertido nas primeiras horas de jogo, mas depois de umas vinte horas, eu passei a ignorar eles e passar correndo, evitando o combate.

Apesar do que eu disse acima, os combates são importantes para se acumular dinheiro e consequentemente evoluir o estilo de luta escolhido. Porém, as batalhas que valem a pena são aquelas que pertencem ao modo história, esses inimigos aleatórios dão uma quantia não tão alta. Os investimentos nas habilidades possuem uma divertida animação com moedas e notas voando em direção a uma barra que vai enchendo até chegar ao valor desejado.

Para se conseguir dinheiro existem outras atividades disponíveis. Cada um dos personagens principais possuí uma atividade profissional, por assim dizer. Kiryu ganha o comando de uma imobiliária e precisa comprar e investir nas lojas de Karamucho. Para isso ele disputa com os Cinco Bilionários, e cada um deles controla uma parte da cidade. Já Majima controla um outro cabaré com uma espécie de minigame onde devemos colocar cada menina para cuidar de um cliente e ir revezando durante um tempo específico. Além disso podemos comprar roupas e acessórios para as meninas que trabalham no local. Das duas opções, eu gostei mais do sistema do Kiryu, é mais rápido e simples. O minigame com o Majima é meio chato e repetitivo.

Além disso em cada cidade existem outras maneiras de se conseguir dinheiro. Com Kiryu nós podemos apostar em combates de mulheres de biquínis em um local liberado após uma missão secundária. E com Majima podemos participar de uma arena de lutas onde apostamos dinheiro e lutamos contra alguns inimigos. Temos também a opção de salvar algumas pessoas com problemas na cidade, após o combate contra os inimigos, eles geralmente nos dão presentes, que podem ser itens de recuperação ou pratos que valem muito dinheiro.

Yakuza 0 é um jogo excelente que serve para situar o jogador nos acontecimentos da franquia e explicar o porque que Kiryu e Majima são chegados na história. Apesar de ser um pouco repetitivo, a sua história compensa e faz desse lançamento da Sega um dos lançamentos mais esperados para esse ano de 2017. Fica a esperança agora de que a empresa traga para a nova geração os jogos que fazem com que Yakuza seja uma aclamada franquia.

Prós
  • História profunda e cheia de reviravoltas
  • Muitos minigames

Contras
  • Combate repetitivo depois de algumas horas

Yakuza 0 — PS4 — Nota: 9.0
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